quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Calma...

Calma.... Relaxa... Dia 1 e 8 de Dezembro temos dois feriados... e logo à Segunda-feira!
Bem-hajas, Ramiro!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Conferência de Imprensa

Já se esperava... não suspendeu a avaliação!
Atirou com umas medidazecas, diz ela para simplificar, e logo fez surgir umas tantas dúvidas ... permitir que os docentes avaliados possam ter avaliadores da sua área de ensino e não de outros como acontecia até agora... quem vai fazer esta avaliação quando não há titulares?... permitir uma diminuição da carga de trabalho dos professores, sobretudo no tempo necessário para o «preenchimento de fichas de registo de avaliação»... basicamente, isto não diz nada... é bla, bla, bla... seguinte... os resultados escolares dos alunos deixarão de constituir um parâmetro da avaliação dos professores, por se ter constatado que este critério «revelou dificuldades técnicas e de aplicação»... pois, já lhe ouvi chamar muita coisa, dificuldades técnicas, my ass, mais bla, bla, bla..., next... redução do número de aulas assistidas de três para duas, que, ainda assim, só se realizarão por solicitação dos docentes, apesar de serem imprescindíveis para a obtenção das classificações máximas... já se está mesmo a ver o que isto quer dizer...
A luta continua...

Reunião Geral

Enquanto um bando de energúmenos estava reunido (e ainda está reunido) no chamado “Conselho de Ministros” decorria na “minha” Escola/Agrupamento uma Reunião Geral Professores e Educadores. Recusámos este modelo de avaliação e tomámos uma posição (de não entrega) relativamente à definição de objectivos, nomeadamente na (ilegal) aplicação informática da DGRHE.
Batemos palmas, ovacionámos... emocionei-me com tanta unanimidade...
Aguardemos a posição dos energúmenos...

Amanhã vai ser outro dia!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Abismo - Fernando Alves (TSF)

http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1041730

"... outro abismo que ela (Ministra) cava, entre ela a nós todos..."
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Manuel Alegre - revista de opinião socialista

(...)
Confesso que me chocou profundamente a inflexibilidade da Ministra e o modo como se referiu à manifestação, por ela considerada como forma de intimidação ou chantagem, numa linguagem imprópria de um titular da pasta da educação e incompatível com uma cultura democrática.
Confesso ainda que, tendo nascido em 1936 e tendo passado a vida a lutar pela liberdade de expressão e contra o medo, estou farto de pulsões e tiques autoritários, assim como de aqueles que não têm dúvidas, nunca se enganam, e pensam que podem tudo contra todos.
O Governo redefiniu a reforma da educação como uma prioridade estratégica. Mas como reformar a educação, sem ou contra os professores? Em meu entender, não é possível passar do laxismo anterior a um excesso de burocracia conjugada com facilitismo. Governar para as estatísticas não é reformar. A falta da exigência da Escola Pública põe em causa a igualdade de oportunidades. Por outro lado, tudo se discute menos o essencial: os programas e os conteúdos do ensino. A Escola Pública e as Universidades têm de formar cidadãos e não apenas quadros para as necessidades empresariais. No momento em que começa a assistir-se no mundo a uma mudança de paradigma, esta é a questão essencial. É preciso apostar na qualificação como um recurso estratégico na economia do conhecimento, através da aquisição de níveis de preparação e competências alargados e diversificados. Não é possível avançar na democratização e na qualificação do sistema escolar se não se valorizar a Escola Pública, o enraizamento local de cada escola, a participação de todos os interessados na sua administração, a autonomia e responsabilidade de cada escola na aplicação do currículo nacional, a educação dos adultos, a autonomia das universidades e politécnicos.
Não aceito a tentativa de secundarizar e diminuir o papel do Estado no desenvolvimento educacional do nosso país. Sou a favor da gestão democrática das escolas, com participação dos professores, dos estudantes, dos pais, das autarquias. Defendo um forte financiamento público e um razoável valor de propinas, no ensino superior, acompanhado de apoio social correctivo sempre que necessário. E sou a favor do aumento da escolaridade obrigatória para doze anos. Devem ser criadas condições universais de acesso à escolaridade obrigatória, nomeadamente através de transporte público gratuito e fornecimento de alimentação. O abandono escolar precoce deve ser combatido nas suas causas sociais, culturais e materiais.
Não se pode reformar a educação tapando os ouvidos aos protestos e às críticas. É preciso saber ouvir e dialogar. É preciso perceber que, mesmo que se tenha uma parte da razão, não é possível ter a razão toda contra tudo e contra todos. Tal não é possível em Democracia.
Manuel Alegre
Texto integral em http://www.opiniaosocialista.org/u_numero.htm
Notícia na TSF: http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1042539

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Teachers: Portuguese government must do better

Portugal’s teachers have descended on Lisbon en masse. More than 100,000 staff from all over the country gathered for a rally in the centre of the Portuguese capital.
They are furious at the socialist government’s education policies in general, and a new method of assessing teachers’ performance in particular – introduced for the first time this year.
Although they do not question the need for evaluation, they argue that the system as it stands is too bureaucratic, and difficult to operate fairly. But that is not the only issue which sparked such a huge turnout.
They are also unhappy with their work timetable, the way jobs are distributed, and the status of teachers in Portugal.

http://www.euronews.net/en/article/08/11/2008/teachers-portuguese-government-must-do-better/

O Novembro dos Professores



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Avaliação de que a escola precisa mesmo

A manifestação foi ainda maior do que a anterior, que já tinha sido gigantesca.A pergunta, inteiramente legítima, à luz das declarações da ministra nos telejornais, é muito simples: quantos mais terão que ser para que a senhora oiça? Ou ouça, que dos dois modos se pode dizer e escrever.

Cheguei a casa emocionado e comovido
Aquele mar de professores está obviamente mais do que farto. Suspeito que o estão por todas as pequenas razões de um quotidiano frustrante, e que por isso se podem resumir numa curta frase: ser professor assim, não dá. Quando mais de dois terços de uma classe sai à rua, é porque, apesar do desencanto, ainda transporta dentro de si a energia da dignidade. Não é preciso ser-se professor, psicólogo ou ministro para o entender. Mas existe uma professora que é ministra e que nada entende de gente, que não percebe. Continua a não perceber.


Em casa, a comoção transformou-se em espanto quando ouvi Maria de Lurdes Rodrigues
Consigo compreender que, intimamente, ela esteja convicta da justeza do sistema de avaliação. Consigo, porque quem lida com gente tem a obrigação de saber ouvir nas palavras do outro, o que na realidade o motiva. Mas é precisamente aí que Maria de Lurdes Rodrigues é um caso perdido. Ela tem da escola, da avaliação e do próprio conflito uma visão intrinsecamente administrativa. Todo o seu discurso é orgânico, robotizado: a avaliação começou a ser negociada no verão de 2006, foi validada por um conselho científico, se não funciona na perfeição, a responsabilidade é das escolas - "está nas suas mãos tornar as coisas mais simples" - e tem de continuar porque não há outro modelo disponível. Então está tudo bem, pergunta o jornalista. Que quase que sim e que está a ser melhorada todos os dias e que o pode continuar a ser nos próximos, desde que se concretize.
Há, nesta cultura administrativa de poder, uma cegueira que raia o autismo
Para a ministra, todas as escolas estão a avaliar, não tem notícia de que alguma a tenha suspendido. Então e a manifestação, sempre são 120 mil, não é?, insiste o jornalista. Pois que sim que são, mas que há nela uma chantagem sobre os professores que querem fazer o seu trabalho. Ouve-se e é difícil de acreditar. Se os que estão na rua são professores, onde é que estarão os outros? "Chantagem", quando dois terços de uma classe sai à rua? Porque não faz sentido, é preciso procurá-lo.


Diz-me a experiência que posso ter a melhor ideia do mundo, mas que ela me é inútil se quem tem que a concretizar não concorda
Com Maria de Lurdes Rodrigues é diferente. Ela tem um mundo único, exclusivo e intransmissível. Nele, o que leva os professores a saírem à rua é "o medo ante a mudança". Tenho inveja desse mundo, confesso. No meu, que é normal e feito de pessoas comuns, o medo costuma fechar as pessoas em casa. No mundo da ministra, a manifestação foi uma cabala urdida pelos partidos da oposição. Renovo a minha inveja. Naquele em que vivo habituei-me, pelo contrário, a uma enorme desconfiança dos movimentos genuínos face aos partidos. Sei, por experiência própria, que é preciso uma classe estar rigorosamente nos limites da exasperação, para pedir ajuda aos políticos que reconheça comprometidos com a sua luta. Pois foi isso que aconteceu desta vez. Centenas, senão milhares de professores nos pediram - "Não nos deixem cair", "não nos abandonem", "ajudem-nos".

Não, não foram os partidos que manipularam os sentimentos dos professores; foram estes que exigiram da política o compromisso que não encontraram no seu ministério.

Estive nas duas manifestações
Porque politicamente estou solidário com esta luta, mas também porque sou pai de dois filhos que estudam na escola pública. Quero que eles gostem das escolas que frequentam. Quero que aprendam, que estudem e que tenham aproveitamento. Sei que têm professores melhores e piores, como estes sabem que têm alunos mais interessantes e interessados e outros nem tanto. É assim a vida, feita de encantos e desgostos. Gosto dela porque é assim, imperfeita e por isso aperfeiçoável. Do que não gosto é de uma escola que, frustrando os professores, não se pode encontrar com os alunos, que são a sua razão de ser. Uma escola de professores desesperados e angustiados é uma escola que morre dentro de muros. É por isso que a ministra até podia ter a melhor avaliação deste mundo, mas não servir. A avaliação que urge não é a dos professores, mas a de um ministério e de uma ministra que têm sido incapazes de perceber o mal que estão a fazer às próprias escolas. Não preciso de muita papelada nem de conselhos científicos para concluir que o problema mora em cima.
Miguel Portas

08-11-2008

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Poema Pouco Original do Medo

Depois de 4 horas e 30 minutos de reunião de Conselho Pedagógico e por sugestão de uma colegas aqui vai:

Poema Pouco Original do Medo

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
ótimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projetos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim
a ratos

Alexandre O’Neil

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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008