quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Democracia" em Penacova

Três alunos de Penacova condenados a trabalho comunitário após participação em protesto
22.04.2009 - 12h53 Lusa
Três alunos da Escola Secundária de Penacova foram condenados a penas de trabalho comunitário depois de tentarem fechar a escola a cadeado numa manifestação contra o Estatuto do Aluno, revelou hoje a associação de pais. Os três jovens, agora com 18 anos, frequentam o 12º ano e foram identificados pela GNR a 17 de Novembro último, quando tentavam fechar a escola a cadeado. Levados a tribunal, viram aplicadas penas de 20 horas de trabalho a favor da comunidade, que agora souberam ter de cumprir na própria escola, e à obrigação de apresentações periódicas nos serviços de reinserção social. Numa nota de imprensa subscrita pelo seu presidente, Eduardo Ferreira, a Associação de Pais e Encarregados de Educação afirma que a manifestação teve o apoio unânime dos estudantes, com a recusa colectiva de ir às aulas, nessa manhã. Semanas antes tinham sido os próprios pais a reclamar a alteração do Estatuto do Aluno. "Nessa acção, alguém escolheu cirurgicamente três deles e os acusou, quiçá, de perigosos agitadores, que levados perante a Justiça, são agora notificados a prestar serviço de interesse público, com acompanhamento pelos serviços de Reinserção Social, devendo ainda, quem não beneficiou de protecção jurídica, ter de pagar as custas do processo", acentua. A associação questiona "qual o crime que terão cometido os jovens para terem um tratamento assim?", interrogando se "o direito de manifestação não será permitido em Penacova, e se são estas as lições que a escola e a justiça dão" aos seus filhos. A instituição declara-se solidária e partilha a indignação dos pais, "cientes de que os seus filhos apenas exerciam um direito cívico, em liberdade, vendo-os agora ser tratados como uns delinquentes marginais e ainda sujeitos à humilhação, pelo cumprimento das medidas disciplinares aplicadas". "Regista-se ainda, com preocupação acrescida, que este caso ocorreu no presente ano lectivo e conheceu o seu desfecho no mês em que se comemora o 35º aniversário do 25 de Abril, o dia da conquista da Liberdade", conclui a associação de pais. "Isto é um desincentivo à participação na defesa dos direitos. Que país e que democracia é esta? Todo o país estava contra o estatuto do aluno", comentou à agência Lusa Paula Bernardes, mãe de um dos jovens punidos. "Estavam a defender os seus direitos. Não são nenhuns delinquentes", afirmou Paula Bernardes, acrescentando que os pais terão ainda de suportar as custas judiciais.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1375902

A este propósito deixo os comentários dos meus colegas publicados no mesmo sítio:

22.04.2009 - 23h33 - Ana Clara Almeida, Coimbra, Portugal
Sou Professora na Escola onde estudam estes alunos e não consigo deixar de manifestar o meu total desalento por estarmos a recuar, a desrespeitar, a ignorar e a pisar a LIBERDADE. Tenho vergonha como professora e cidadã por se condenarem jovens adultos que exerceram um acto de cidadania, sem vandalismos, confrontos, ou qualquer falta de educação. O fecho da Escola foi simbólico. Nada teve de criminoso, de assustador ou de condenável. Isto é tudo muito estranho.... e muito perigoso! Este é o país em que vivemos e quando ensinamos que todos devemos estar atentos, ouvir, reflectir e construir uma opinião, a seguir vêm os "Grandes Senhores" mostrar a estes jovens que a LIBERDADE não é para ser respeitada e que devemos condenadar os que lutam por uma vida democrática e digna, de cabeça erguida e cientes de que temos TODOS o direito a ter uma palavra. Estou convosco caros alunos, para TUDO o que precisarem.


23.04.2009 - 10h22 - Vítor Simão, Coimbra
Sou professor destes alunos. Sei, portanto, de quem estou a falar. Ontem, antes de comparecerem no C. R. Social, disponibilizei-me para testemunhar em favor do seu carácter e da sua conduta social. Percebo agora que o fiz demasiado tarde (mas, se o fizesse mais cedo, estariam as entidades interessadas no testemunho de um professor exigente e rigoroso?). Desculpem-me, pois, caros alunos a distração. De facto, temos de estar sempre atentos e, como dizia o filósofo F. Gil, "tentar ver claro". Se estes jovens são considerados delinquentes, a necessitar reinserção social, então, eu sou um perigoso terrorista... Agora a sério: estes jovens são pessoas de bem, portadores de uma saudável irreverência, que exercem com decência, civismo e respeito pelo outro. Se pudessemos dizer isto de todos os cidadãos, a sociedade portuguesa não exalava este odor putrefacto, nem este sabor a ranço, que nos criam náuseas. Em alturas destas lembro-me sempre de palavras do velho Almada: «se o Dantas é português, eu quero ser espanhol». Tenho dito! (Vítor Simão)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dia da Terra

http://www.earthday.net/

National Geographic assinala hoje Dia da Terra

O National Geographic Channel International (NGCI) vai promover um conjunto de acções multiplataforma a nível global para assinalar o Dia da Terra, celebrado esta quarta-feira. O objectivo é sensibilizar para a importância da preservação do meio ambiente.
Em Portugal, o canal vai emitir uma maratona de 24 horas dedicada ao planeta Terra e às formas de promover a sua conservação. Serão emitidos documentários como «Mistérios da Terra: Perigos da Pesca», «Mistérios da Terra: Contaminação das Águas», «Caçador de Sementes», «O Estado do Planeta 2009» ou «Ameaça do Degelo».
Pelas 19:00 horas, decorre na Piazza del Popolo, em Roma, um concerto organizado pelo Nat Geo Music, com actuações de Ben Harper, Relentless 7, Subsonica, Nneka e Bibi Tanga Et Le Professeur Inlassable. O espectáculo será transmitido em directo no canal Nat Geo Music e na Internet.
Também na página do Nat Geo estará disponível o microsite Dia da Terra 2009, com conteúdos de temática ambiental. Por outro lado, os cibernautas estão convidados a gravar vídeos em que respondam à questão «O que faço pelo planeta?» e a fazer o respectivo upload na página, segundo o comunicado do canal.
Os canais Nat Geo e Nat Geo Music estão disponíveis através da AR Telecom, Cabovisão, Clix SmarTV e Meo. O Nat Geo está disponível também através da Zon TVCabo e da Pluricanal.

domingo, 19 de abril de 2009

Santa Clara-a-Velha

À margem de toda a polémica... Visitem!
As fotos são minhas... de hoje!






Arquitectos descontentes com mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra
Os arquitectos responsáveis pelo projecto de valorização do Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha, em Coimbra, não vão estar hoj e presentes na cerimónia de inauguração do monumento. Alexandre Alves Costa confirmou ontem ao PÚBLICO que não vai participar na sessão presidida pelo ministro da Cultura, assim como os arquitectos Luís Urbano e Sérgio Fernandez. Em comunicado enviado à comunicação social, alegam que houve "alterações ao projecto" que foram realizadas sem "aprovação" nem "conhecimento" dos arquitectos.

Afirmam que a atitude é um "protesto" já que se sentem "desconsiderados" por ter sido deturpada a "a natureza e carácter do espaço, quer do novo edifício quer da antiga ruína". Consideram mesmo que o centro de interpretação projectado vai ser ocupado de forma "perversa", sobretudo no que respeita à exposição permanente.

Hoje, para além do mosteiro, vai ser também inaugurado o centro interpretativo, um edifício de mil metros quadrados, com funções museológicas, com um auditório, salas de exposições, uma loja e uma cafetaria, entre outras valências. É neste centro que está a exposição - contestada pelos arquitectos - que vai contar a história do mosteiro e das freiras, através dos materiais recolhidos durante as escavações arqueológicas.

Os visitantes vão ter também à disposição áudio-guias para os ajudar a conhecer e explorar o espaço e está também prevista uma modulação virtual, em três dimensões, para contar ao público as várias fases de construção por que passou o monumento. Porém, a colocação de um monitor no antigo coro das freiras para apresentar a modelação virtual é outro dos aspectos criticados pelos arquitectos.

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra - mandado construir no século XIII para acolher as freiras clarissas e profundamente ligado à figura da Rainha Santa Isabel - foi alvo de profundas e complexas obras de reabilitação desde 1991, num projecto orçado em 7,5 milhões de euros.

Ao longo dos séculos, o edifício foi constantemente invadido pelas águas do rio Mondego. Por isso, para reabilitar o monumento foi necessária a colaboração de especialistas de diversas áreas que realizaram inúmeras pesquisas arqueológicas e construíram uma estrutura que impede a invasão do rio Mondego.

A cerimónia de inauguração do espaço que está marcada para hoje, Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, às 10h30, vai ser presidida pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.
18.04.2009, Maria João Lopes
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1375063&idCanal=14

quinta-feira, 9 de abril de 2009

DESIGUAL


O paraíso de qualquer "gaja"... lá comprei um singelo saquinho... coisa pouca.